Brics confirmou a entrada de Argentina, Arábia Saudita, Emirados, Irã, Egito e Etiópia.

O presidente da África do Sul anunciou nesta quinta-feira, a maior ampliação do Brics formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul desde a criação do bloco em 2009. Foram convidados a ingressar: Argentina, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Egito, Irã e Etiópia. O Brics é um grupo de países de economia emergente, formado originalmente por Brasil, Rússia, Índia e China. A África do Sul passou a integrar o grupo em 2011. Isso traz um reforço ao grupo, que passa a ter 11 membros a partir do dia 1° de janeiro de 2024, com forte presença no Oriente Médio e reforço nas representações da África e América Latina como um todo.

No anúncio, o presidente Lula destacou o percentual que o Brics apresenta em relação ao PIB mundial em paridade ao poder de compra, além de quase metade da população do mundo e salientou que o grupo permanece aberto para futuras novas ampliações. 

A nova composição foi reflexo de intensas negociações realizadas na capital financeira da África, onde se fizeram presentes as lideranças do Brasil, China e Índia. O presidente da Rússia, Vladimir Putin participou de forma virtual das negociações, em decorrência de um mandado de prisão emitido pelo TPI (Tribunal Penal Internacional), se tratando dos supostos crimes de guerra cometidos na Ucrânia.

No texto conclusivo, os países de Brics apoiam uma reforma na ONU, inclusive do Conselho de Segurança, a fim de torná-la mais democrática, representativa, efetiva e eficiente. Além disso, retomam o discurso de expansão do grupo aos países em desenvolvimento, a fim de elevar o conselho a uma representação global perante os desafios predominantes. Ainda, o texto declara apoio aos países em desenvolvimento, inclusive o Brasil, de desempenharem um papel maior nos assuntos internacionais. No total, mais de 20 países manifestaram interesse em compor o conselho do Brics.

O presidente Lula demonstrou uma preocupação em relação aos Estados Unidos e salientou que o objetivo do Brics não é se tornar um novo fórum internacional, mas sim fazer algo novo, no intuito de se organizar. “Nós sempre fomos tratados como se fossemos a parte pobre do planeta, de segundo categoria, como se não existíssemos. E de repente estamos percebendo que podemos nos transformar em países importantes”, declarou Lula durante uma live. 

O resultado foi um parágrafo sobre a importância de usar moedas locais no comércio internacional e nas transações financeiras dos países de Brics e o comprometimento em apresentar um relatório sobre o tema até a próxima cúpula.


Fonte: Folha de São Paulo

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